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Doenças Tropicais 

Entre as desordens que atingem as populações de todo o mundo, as doenças tropicais são, em termos socioeconômicos, uma preocupação geral por parte das organizações de saúde. Apesar dos constantes esforços na busca pela erradicação dessas doenças, muitos países, sobretudo no hemisfério sul, sofrem com endemias de grande impacto na sociedade, que são favorecidas principalmente pelas baixas condições de saneamento encontradas nessas regiões, além da impossibilidade de levar tratamento adequado a todos os indivíduos contaminados. O quadro se agrava pelo constante surgimento de novas cepas de parasitas resistentes aos fármacos utilizados.


Os tratamentos disponíveis contra essas patologias são ineficazes ou insuficientes, não permitindo a cura ou controle apropriado. Portanto, há atualmente uma grande motivação pela busca de novos alvos moleculares e agentes quimioterápicos inovadores seguros e eficazes contra as doenças tropicais nos diversos centros de pesquisa do mundo.

Malária
A malária é uma doença infecciosa causada por protozoários do gênero Plasmodium transmitidos aos humanos pela picada de fêmeas de mosquitos do gênero Anopheles. A doença é encontrada em mais de 90 países e responsável pela morte de 1,25 milhões de indivíduos a cada ano, sendo o Plasmodium falciparum o agente etiológico da forma mais severa dessa parasitose. O surgimento de casos de resistência aos fármacos disponíveis representa um grave problema para o controle e tratamento da malária.



Alvos Moleculares para o Desenvolvimento de Novos Fármacos para a Malária

A glicólise representa uma via altamente promissora, uma vez que é o único processo para obtenção de energia do parasita. Como consequência marcante dessa característica o nível de fluxo glicolítico em células infectadas pelo parasita aumenta significativamente em relação às células não infectadas. A enolase, nona enzima da via glicolítica, catalisa a conversão do substrato 2-fosfoglicerato (2-PG) em fosfoenolpiruvato (PEP).

Enolase de P. falciparum

O P. falciparum, durante a fase eritrocítica, utiliza a hemoglobina do hospedeiro como fonte primária para obtenção de aminoácidos. Contudo, a degradação da hemoglobina pelas proteases libera como subproduto da reação o grupo prostético heme, o qual em altas concentrações é tóxico para o parasita. Para reverter esse processo, o parasita polimeriza os grupos heme livres em cristais insolúveis conhecidos como hemozoína. Recentemente, foi demonstrado que o  P. falciparum possui um gene que codifica a enzima heme oxigenase (HO). A HO  catalisa a clivagem oxidativa do carbono α-meso do grupo heme liberando como produto Fe2+, monóxido de carbono (CO) e biliverdina.

HO de P. falciparum

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